Sanar, reparando um dor “quase” irreparável...

Maria José Alves, 54 anos, dona de casa, realiza na Casa de Apoio uma atividade muito importante para a autoestima das pacientes acometidas pelo câncer e que necessitaram retirar uma mama, ou ambas. Há quinze anos na Rede Feminina, ela trabalha confeccionando próteses mamárias para atender às pacientes que as solicitam através do Serviço Social do Hospital Laureano.

As próteses são preparadas com um tecido chamado acoplado e preenchidas com paínço, grão semelhante ao alpiste. Depois de prontas, são submetidas a esterilização no Hospital e só então disponibilizadas para as que delas necessitarem. As próteses são confeccionadas sob medida, de modo a atender à estrutura física específica de cada paciente.

Com o passar do tempo, Maria José conta que o trabalho de confecção e preenchimento das próteses foi sendo aprimorado, chegando ao ponto de sua individualização, correspondendo ao tamanho do sutiã usado pela paciente. As mulheres que tiveram suas mamas subtraídas devido ao câncer, demonstram grande alegria e alívio ao receberem e aplicarem a prótese, praticamente uma redenção de suas constituições físicas.

Segundo Maria José, toda e qualquer pessoa que tenha passado por mastectomia – retirada da mama, pode ter sua prótese mamária, necessitando apenas se cadastrar no Serviço Social e aguardar sua vez de recebimento.

As próteses são confeccionadas segundo a quantidade de solicitações. Contudo, pelo menos uma vez por mês, Maria José deixa pronta uma média de 100 delas para atender às pacientes cadastradas. A voluntária afirma que sempre se dispõe ao trabalho espontâneo, sem que seja necessariamente para confeccionar as próteses, mesmo sendo a única voluntária que realiza esse trabalho. Maria José procura estar sempre disponível para o que for preciso.

Com tantos anos nesse labor, Maria José demonstra verdadeira satisfação em atender essa parcela de pessoas acometida pela doença. Sua missão é oferecer maior autoestima e conforto às mulheres mutiladas pelo câncer de mama.