A dor e o socorro à espera do alívio...

“Esse trabalho me faz muito bem. Passei a dormir, passei a aceitar tudo”. (Eliane Pinho).

Eliane Pinho da Silva é voluntária há dois anos na Rede Feminina de Combate ao Câncer. Junto a outras quatro voluntárias coordena a atividade de assistência ao paciente na Urgência do Hospital Laureano. Para Eliane se tornar uma voluntária foi, a princípio, um de seus maiores desafios, mas encarado como um verdadeiro chamado. Ela, dois anos antes, vivenciou o sofrimento e a perda do esposo na luta contra o câncer.

Eliane viu de perto os benefícios do trabalho voluntário na vida do paciente e na da família que também padece. Passou a admirar a assistência que prestavam a ela e a seu esposo, na época. Sem saber que um dia estaria do mesmo lado daqueles homens e mulheres de bem, dois anos depois, ela decidiu pedir um espaço para amar o próximo e foi aceita.

No Hospital onde viu partir o amor de sua vida, ela hoje ajuda outras famílias a sobreviverem. No início, teve medo de como seria voltar ao Hospital depois do trauma sofrido. Mas Eliane não apenas conseguiu enfrentar sua dor e servir a quem precisa, ela superou a revolta que carregava dentro de si, por tudo que viveu, e passou a aceitar melhor os desafios da vida.

Sabendo que faz o bem aos pacientes, oferecendo um abraço, uma palavra amiga, pegando na mão do enfermo. Se inquieta quando vê muitas pessoas agindo de maneira preconceituosa, repelindo o doente como se pudesse contaminar alguém. Com isso, se dedica cada vez mais ao trabalho e não pensa em momento algum em desistir.